Galpões do IBC: espaço de oxigenação cultural na cidade

O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-ES) vem se posicionando contra a venda dos galpões do IBC em Jardim da Penha, para o mercado imobiliário. Nossa intenção, como entidade, é transformar o local em um centro de atividades culturais e socioeducativas e para isso é necessário debates que envolvam moradores, entidades estaduais e municipais antes de qualquer decisão final.

O bairro, pela sua posição geográfica, assume um papel importante na integração viária da Capital e mesmo da Região Metropolitana. Da Orla de Camburi até o Campus da UFES, Jardim da Penha possui uma configuração urbanística e viária através de uma concepção de arruamento radial e encontros em rotatórias. Seu formato nos parece um pouco confuso, mas pela proposta urbanística, o objetivo era criar um bairro que não se ordenasse apenas local de “passagem”. Fica evidente que as vias arteriais assumem o transporte de massa e o bairro como local mais “protegido” leva a utilização das praças nas rotatórias como pontos de convívio e esporte.

O interesse do setor imobiliário nos parece natural, uma vez que o bairro está consolidado e que a negociação traria um novo momento de comercialização de unidades habitacionais e comerciais para a região.

Em contrapartida, a cidade de Vitória perderá uma oportunidade de oxigenação do bairro de Jardim da Penha e mesmo a possibilidade de criar um novo núcleo de atratividade para a capital. Muitas são as opções de intervenções urbanas e o valor dos galpões do IBC, é significativamente maior do que sua simples configuração em quadras e lotes.

O IAB-ES comunga da vertente que a qualificação do espaço poderá trazer para a capital novas atrações e investimentos mais vantajosos do que novas unidades multifamiliares e de uso misto.

Propomos a paralisação desse leilão e que se faça um concurso de projeto de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo para o terreno. É imprescindível que as entidades de Arquitetura e Urbanismo façam parte do debate, pois somos nós, os técnicos, os responsáveis em projetar a cidade com mais qualidade de vida, viva e para as pessoas.

Seguimos em contato com os moradores de Jardim da Penha e com associações de outras áreas, que estão engajadas no impedimento de outros leilões, como o do campo do Santa Cruz Futebol Clube em Santa Lúcia, Vitória. Também realizamos conversas com o grupo que está lutando contra a cessão do Centro Cultural Carmélia Maria de Souza, na capital, para a armazenagem de sacas de café, que atualmente ficam nos Galpões do IBC, em Jardim da Penha. O objetivo é unir forças e tentar criar espaços que atendam aos interesses dos moradores.

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